tag:blogger.com,1999:blog-62963296559569842052024-03-05T09:35:14.224-08:00cidades invisíveisPriscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-11552632292717155382011-05-10T16:09:00.000-07:002011-05-11T10:14:17.897-07:00Outra praia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuRKwvUp0aGdCfniT4V6w3BdXKA7RTnqGYDS-4SSfp_dR6-hkcuJ_Sq3qeUbRnQVwxfIn5qB7Ob8UPQClWaav3v17rBOYjH7lONjLqGz32euolTdwSW_bqiZsmi9Fnt5DD5UNpoqol0-jU/s1600/DSC02588.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuRKwvUp0aGdCfniT4V6w3BdXKA7RTnqGYDS-4SSfp_dR6-hkcuJ_Sq3qeUbRnQVwxfIn5qB7Ob8UPQClWaav3v17rBOYjH7lONjLqGz32euolTdwSW_bqiZsmi9Fnt5DD5UNpoqol0-jU/s320/DSC02588.JPG" width="213" /></a></div>Hoje eu fiquei parada, escutando o barulho do mar batendo nas pedras.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-8482419160855612512011-05-03T14:47:00.000-07:002011-05-03T14:47:57.376-07:00Mais azul e o museu do Picasso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDuZGc_wQgUrQAavLiFG5Um_BVGwuanFr5PzjuDXBk3tkf1Ag5idPwwWPJjBh6cC0s6VLKrHglhsaiGoIVLnChr6m8xegrypXNqPOpitHaho74NzM3xe3oDRNNc6rPGHTOYvYMWrHttAHF/s1600/picasso-la-joie-de-vivre-pastorale-fall-1946-120-x-250-c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="144" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDuZGc_wQgUrQAavLiFG5Um_BVGwuanFr5PzjuDXBk3tkf1Ag5idPwwWPJjBh6cC0s6VLKrHglhsaiGoIVLnChr6m8xegrypXNqPOpitHaho74NzM3xe3oDRNNc6rPGHTOYvYMWrHttAHF/s320/picasso-la-joie-de-vivre-pastorale-fall-1946-120-x-250-c.jpg" width="320" /></a></div><br />
Para mudar de assunto e de humor, o Mediterrâneo hoje estava absolutamente azul e o museu de obras do Picasso, a beira-mar, em Antibes, é lindo. Um castelo que ele usou como atelier nos anos 50.<br />
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Minha reação ao Picasso continua a mesma: fico feliz quando vejo. Um dos quadros famosos do museu chama isso mesmo, La Joie de Vivre.<br />
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Na mesma sala, tem o quadro com a chaleira mais bonita do mundo e uma série de cerâmicas.<br />
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Quando eu aprender cerâmica, vou começar copiando as do Picasso! Ele consegue construir animais de barro com formas geométricas simples e bonitas.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-76487513040326894742011-05-03T14:34:00.000-07:002011-05-03T14:53:22.285-07:00O dia em que os franceses brigaramSabe aquele post dos franceses amáveis? Foi amplamente relativizado hoje. De repente, os franceses estavam sarcásticos e brigando - por sorte, entre eles, não comigo.<br />
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De manhã, na escola, a professora gentilmente disse que quem decide a hora do intervalo é ela. Também aprendi umas frases sarcásticas.<br />
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Antes de entrar no ônibus, um carro da empresa pública de luz parou em cima da calçada e o motorista abriu a porta... justamente em cima de um ciclista, que foi jogado no chão, no meio da rua. Poderia ter se machucado seriamente, porque ele caiu ao lado de um carro em movimento. Não se machucou, mas saiu gritando "Canard, canard". Pelo menos, foi o que entendi. Descobri que canard não é só pato por aqui.<br />
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Entro no ônibus - cheio - e uma senhora sentada tranquilamente coloca o pé no banco da frente. Um senhor, indignado, reclama ao homem ao lado, que diz não ter nada a ver com isso, usando inéditos palavrões na forma reflexiva. Os dois concordam, mas passam uns cinco minutos discutindo mesmo assim. O primeiro senhor repete que é falta de educação muitas e muitas vezes. A senhora, impassível, nem olha para o lado e continua ocupando dois lugares no ônibus com gente em pé. O segundo senhor pergunta ao primeiro o que ele leva em uma sacola plástica. O primeiro senhor responde ser água. O segundo senhor diz: melhor fosse vinho, te deixaria mais calmo. <br />
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Os casos continuam, mas o post ia ficar longo.<br />
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Estou achando que aqui eles gostam mais da segunda-feira do que da terça-feira.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-33933423989661540162011-05-03T14:24:00.000-07:002011-05-03T14:24:48.467-07:00O dia das portas fechadasNão sei bem o que veio antes, se foram as fotos das portas ou se foram as portas dos museus fechadas para visitantes. O fato é que o sábado em Aix-en-Provece entrou para a minha própria história como um lugar onde os restaurantes fecham às duas, os museus fecham para o almoço e as galerias fecham, excepcionalmente, no sábado 30 de abril.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-17907617463300890752011-05-03T14:21:00.000-07:002011-05-03T14:21:01.549-07:00Trilha e cidade medieval nos Alpes MarítimosFotos de Tende, cidadezinha linda nos Alpes Marítimos. O lugar fica tão longe que foi usado pelos hereges como esconderijo. Hoje há uma trilha para ver o lugar onde se escondiam. Na foto, dá pra ver uma ponte entre dois morros, que faz parte da trilha. Eu fiz só a trilha menor, que leva até uma capela, e que não exige equipamentos.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMmps3qM9zQDhyphenhyphenYcciPy68joFDE2yKKMytbqhC1xDu07Q9nFJt-PlR1qR4sBKkEEL22TY5tNrPCcJImmcY57q62qHIjZnVXAQclW3C_zbaM68IVK1BhGeezRBmyZQFJa1oCV6yMY0FSBaA/s1600/DSC01950.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMmps3qM9zQDhyphenhyphenYcciPy68joFDE2yKKMytbqhC1xDu07Q9nFJt-PlR1qR4sBKkEEL22TY5tNrPCcJImmcY57q62qHIjZnVXAQclW3C_zbaM68IVK1BhGeezRBmyZQFJa1oCV6yMY0FSBaA/s200/DSC01950.JPG" width="200" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO1xei5kwIYNlDdpahy1sl_7fDpe1ltwlvqAkJXvx10rXygBrvsbbrlothxj2KoN2hBXhCfpPXO-Mxh6laiVEWHro59dcdXtOEUkOrpH_NR2qOWaqtVw_Poly8GPaVHfeUlNGfU_o3QHFS/s1600/DSC02065.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO1xei5kwIYNlDdpahy1sl_7fDpe1ltwlvqAkJXvx10rXygBrvsbbrlothxj2KoN2hBXhCfpPXO-Mxh6laiVEWHro59dcdXtOEUkOrpH_NR2qOWaqtVw_Poly8GPaVHfeUlNGfU_o3QHFS/s200/DSC02065.JPG" width="200" /></a></div><br />
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Fotos tiradas especialmente para os queridos:<br />
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Para o meu pai, passagem relâmpago pela Itália e as marcas do lugar que já foi Itália, antes mesmo da Itália existir propriamente.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgRy4wDmyTk-03oHJFLND5WPvo0UvZhGoQ68pLcTCqW8ISLs385Ysx1pmqcKcsx7IM4XzVXUHA2NEOQRo3jAhS_NjrRr2dBPDTChAhXsnt-OUzxJwvyFzoBHrQTlkPRcsth_pfxABr2Ejq/s1600/DSC01913+-+C%25C3%25B3pia.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgRy4wDmyTk-03oHJFLND5WPvo0UvZhGoQ68pLcTCqW8ISLs385Ysx1pmqcKcsx7IM4XzVXUHA2NEOQRo3jAhS_NjrRr2dBPDTChAhXsnt-OUzxJwvyFzoBHrQTlkPRcsth_pfxABr2Ejq/s320/DSC01913+-+C%25C3%25B3pia.JPG" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCEyNEMeLaYxOiYInQ-DPvuGLIT7BkEPwNq8hLHrPYRWXhDanwVz3Lvn88iTHHVRovkLwpSpUBxJITsgwQcyxgH-8hPfRI9pnL7Wv6MPvK1ENSaEH_IAGPv3dYC6y8jzVrd7bOcJdIUmwl/s1600/DSC02059+-+C%25C3%25B3pia.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCEyNEMeLaYxOiYInQ-DPvuGLIT7BkEPwNq8hLHrPYRWXhDanwVz3Lvn88iTHHVRovkLwpSpUBxJITsgwQcyxgH-8hPfRI9pnL7Wv6MPvK1ENSaEH_IAGPv3dYC6y8jzVrd7bOcJdIUmwl/s320/DSC02059+-+C%25C3%25B3pia.JPG" width="320" /></a></div><br />
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Foto para a minha mãe, sem necessidade de explicação:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI-L9cnt5h_78pNlArWuA79iNzY68sxoMEi_W8TiejYeRMRs7Mz4Nj62jf0rZnxJGSMAqtm0L4O7cYNdQRVxA9XaSwWVRp-1HOKaRBoCIUhnJ8xv_EIAZfIiskztHnw66soHx9JvJC_ddT/s1600/DSC02001.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI-L9cnt5h_78pNlArWuA79iNzY68sxoMEi_W8TiejYeRMRs7Mz4Nj62jf0rZnxJGSMAqtm0L4O7cYNdQRVxA9XaSwWVRp-1HOKaRBoCIUhnJ8xv_EIAZfIiskztHnw66soHx9JvJC_ddT/s320/DSC02001.JPG" width="320" /></a></div><br />
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Fotos pra Ina. É verdade mesmo que esses fungos coloridos só aparecem onde o ar é super limpo?<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRbSUHpjiYqYn9qDSmqUDhDng87cU2VhNebW7QwEHEeAqC5N4LqgRX7ytbyaHL-s0F17tyXpeFtknoniS2yZHveT_I1OJE4V-zssruXx5Eev6jKLqGADoCemUyuaqDhb3qd_U9jeOXQVO_/s1600/DSC01961.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRbSUHpjiYqYn9qDSmqUDhDng87cU2VhNebW7QwEHEeAqC5N4LqgRX7ytbyaHL-s0F17tyXpeFtknoniS2yZHveT_I1OJE4V-zssruXx5Eev6jKLqGADoCemUyuaqDhb3qd_U9jeOXQVO_/s320/DSC01961.JPG" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQlpIX0Buz5TPIFsWhdaj7ZYF-cOCaKuMhinVGtHJ8Rd-Vn3DtvYQVWErqKR0U3FGYfT_4ol8H2aSPjdfkPsep_1sEy1d8UHHUeTzUHwK_mUTsVDOk_DgkOLMvKJGBUg2ZIc502pVbFjLR/s1600/DSC01991.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQlpIX0Buz5TPIFsWhdaj7ZYF-cOCaKuMhinVGtHJ8Rd-Vn3DtvYQVWErqKR0U3FGYfT_4ol8H2aSPjdfkPsep_1sEy1d8UHHUeTzUHwK_mUTsVDOk_DgkOLMvKJGBUg2ZIc502pVbFjLR/s320/DSC01991.JPG" width="320" /></a></div><br />
Fotos pro Honório. Essa em reforma me lembrou da igreja de Coró. Olha essa pequenininha e com vista pro morro!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj59wwTLWRGdYupZ0yiP1Vl1qglmJZPlxHt2m9j6IlQ7HFCwBE79xFKB7gNtGh0SW7ar_rNP7glTr0jSruRnvkASjGRsBi9VN-x0kRn7CDdOPykJApodzogw-dajX3IudnmrHJRnmgUW9Ir/s1600/DSC01932.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj59wwTLWRGdYupZ0yiP1Vl1qglmJZPlxHt2m9j6IlQ7HFCwBE79xFKB7gNtGh0SW7ar_rNP7glTr0jSruRnvkASjGRsBi9VN-x0kRn7CDdOPykJApodzogw-dajX3IudnmrHJRnmgUW9Ir/s320/DSC01932.JPG" width="213" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiin1jCvQEGfW0NzZiOoJVVatoxHEoo11avyrb6FOt7S_1asxIJGnxCvoUVBndZTPRFC23Fz-yL4cqarH2ORi9lHVyNXS1zTjrX0Gmj3a2-Vav2quTa-tCQdEZpK2wuCRr96TaJluOcHb1_/s1600/DSC02045.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiin1jCvQEGfW0NzZiOoJVVatoxHEoo11avyrb6FOt7S_1asxIJGnxCvoUVBndZTPRFC23Fz-yL4cqarH2ORi9lHVyNXS1zTjrX0Gmj3a2-Vav2quTa-tCQdEZpK2wuCRr96TaJluOcHb1_/s320/DSC02045.JPG" width="320" /></a></div>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-65316779032831258422011-05-01T13:16:00.000-07:002011-05-01T13:20:26.872-07:00O que estou apendendo sobre os francesesHoje me dei conta do óbvio: além de um pouco de francês, estou aprendendo coisas sobre a vida dos franceses e francesas. Coisas importantes:<br />
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1- Eles carregam de tudo no trem: bicicleta, gato e cachorro foram os maiores volumes que vi até agora, além das malas, é claro.<br />
2- Eles fazem esportes (tem sempre alguém correndo, andando de bike, hoje vi até caiaque). E as crianças fazem coisas do lado de fora desde pequenas. Gosto dessa parte.<br />
3- Eles vão ao mercado sábado de manhã. Os mercados - que na verdade são o que chamamos de feiras, só que em cidades são mais antigas e charmosas - ficam realmente cheios e é fácil achá-los. Eu sigo as pessoas carregando sacolas vazias!<br />
4- Eles dão flores. No domingo de Páscoa muitas pessoas levavam flores pra lá e pra cá. Hoje, 1o. de maio, muitas pessoas levavam flores e tem uma florzinha que as pessoas se dão de presente. Estou com a impressão de que floriculturas aqui têm mais clientes do que no Brasil.<br />
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Contrariando minhas expectativas, minhas experiências precedentes e meu preconceito, as pessoas aqui são muito gentis mesmo. Esse final de semana duas pessoas me viram olhando o mapa e vieram oferecer ajuda. Antes mesmo de eu pedir. Simpáticos! E eu devo estar com uma cara de perdida sem precedentes!<br />
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No mais, a minha hostess cozinha super bem e pretendo levar umas receitas de volta.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-1595006687893076122011-04-29T13:49:00.000-07:002011-04-29T13:50:19.327-07:00Fotos de GrasseCidade medieval, passeio de domingo.<br />
Almocei numa Boulangerie Oriental (!!), fora a parte turistas da cidade. Além do inusitado pão francês com molho tempero-pimenenta-indiana, fiquei feliz quando o atendente trouxe uma água. As pessoas têm sido gentis.<br />
A cidade parece ter muitos imigrantes dos países do norte da áfrica, fiquei impressionada.<br />
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Aliás, repetindo a Dona Gislene, estou impressionada com a mistura imigrante da Europa. Muitos chineses no metrô, japoneses e chineses nos hotéis 10 estrelas, muçulamanas de véu, além dos turistas de sempre.<br />
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Fotos aqui: <a href="http://www.flickr.com/photos/organize/?start_tab=sets">http://www.flickr.com/photos/organize/?start_tab=sets</a>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-66474684529697874922011-04-27T14:55:00.000-07:002011-04-27T15:00:29.643-07:00Post-cartão postal para o Honório. Um museu com vista para a cidadeHonório,<br />
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Fui a um museu hoje e lembrei de você o tempo todo:<br />
http://<a href="http://www.mamac-nice.org/">www.mamac-nice.org</a>. (Tem uma página sobre a arquitetura do lugar)<br />
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Primeiro porque é um museu novo e todo modernoso no centro de uma cidade antiga. Grande e cheio de vidros como prédios novos, mas bonito. Logo de cara achei que ele consegue conversar com a cidade. Tem uma escultura ENORME na frente, ele mexe com o que está em volta. Já tinha visto uma porção de vezes, porque é a um quarteirão da casa onde estou, e toda vez me chama atenção.<br />
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No interior do prédio, o museu conversa mesmo com a cidade, o tempo todo. Ela literalmente entra no museu pelas paredes de vidro, e entre cada sala se passa pelos corredores de onde se vê a cidade.<br />
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É um prédio meio suspenso e no meio dele passa uma rua, inteira, como uma artéria por onde correm carros, motos, pessoas. <br />
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E mais. Há um terraço no último andar, terceiro ou quarto, feito para observar a cidade. Parece que cada quadrante é pensado para ver o melhor ângulo dos bairros em volta, do morro, do mar. Lugar para parar e olhar.<br />
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Engraçado é que nesse lugar tão lugar, fiquei pensando que viajar é menos importante pelo que se vê do que pelo espaço que se abre para ver. As obras mesmo, eu poderia ter visto em outro canto, ou pela internet. Mas de férias é possível ter tempo para ver tudo isso, olhar. É possível abrir espaço para prestar atenção. É disso que se trata, afinal!<br />
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Lembrei de você também por dois artistas contemporâneos e um do século passado que achei incríveis.<br />
Yves Klein (<a href="http://www.yveskleinarchives.org/">http://www.yveskleinarchives.org</a>) com o azul profundo, antropometrias, corpos - pincéis, fotos voadoras e uma arte pensada em grupo que sempre me interessa:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFhof5JlAUT-pwKLrexeKHHwsvtveWT83oMuiP6L7AG5wXzlp9TUt55rLgFfUFKGuHMlLIneKlCF8mgRRUaIpdmMicdjrODj2OJokiJCveI9l-dlrZ_rWVcvY-s4BZiEfEg5JEq0p0TTST/s1600/YK3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="138" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFhof5JlAUT-pwKLrexeKHHwsvtveWT83oMuiP6L7AG5wXzlp9TUt55rLgFfUFKGuHMlLIneKlCF8mgRRUaIpdmMicdjrODj2OJokiJCveI9l-dlrZ_rWVcvY-s4BZiEfEg5JEq0p0TTST/s320/YK3.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4kkFOc3mW6u3Xyn58knZh099zupzIuQs79ZXixKfgeunUVQ3jnCKKZI0d4-myKafB6tEU1Ia0RZvbsz-hsdU7Y0b3vR1ASC4NFgXT6g53GQCSYPFXzBETf0yXACmH4TJDevDPlQS_JBSd/s1600/Yves-Klein-Anthropometry--Ant-130-1960-80120.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div><br />
E os contemporâneos:<br />
Vincent Gavinet (<a href="http://www.vincentganivet.fr/">http://www.vincentganivet.fr</a>) , esculturas-meio-instalações, mas uma ideia linda de equilíbrio, tempo.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyxUO9XQeXDHN-DTfrvKKKfYRE9oNd3LakGIerQQboU4GqeDLND-AW6W_KbBsSF5TftHWXEP819a973AxJ_ud-OYdrNzdO27_xhROpGFrA2gHzOmrtbJWM52Tq_nm6VGkfYo9nMxtDCOX/s1600/VG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyxUO9XQeXDHN-DTfrvKKKfYRE9oNd3LakGIerQQboU4GqeDLND-AW6W_KbBsSF5TftHWXEP819a973AxJ_ud-OYdrNzdO27_xhROpGFrA2gHzOmrtbJWM52Tq_nm6VGkfYo9nMxtDCOX/s320/VG.jpg" width="320" /></a></div><br />
Outro escultor-pintor, desses que traz para o trabalho dele assuntos do mundo e brinca com referências. Cavalos azuis (de novo azul) gigantes de resina impressionantes (me lembram esculturas gregas), grandes rostos africanos e uma tela que remete a Ruanda (essa parte só soube lendo). <a href="http://www.saint-etienne-photos.com/article-20421319.html">http://www.saint-etienne-photos.com/article-20421319.html</a>.<br />
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Final do dia com caminhada ao porto de nice e taça de vinho na praça Garibaldi que está em reforma, mas isso é assunto para outro cartão postal-postado.<br />
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PriPriscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-74670108678579124352011-04-24T14:10:00.000-07:002011-04-24T14:22:10.159-07:00Fotos de viagem: descobrindo uma nova cidadeA cidade é nova pra mim, e velha para o mundo.<br />
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Imagina, morando em uma cidade de 51 anos, visitar uma que tem história desde o século XIII.<br />
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O tema também é antigo, mas não tanto quanto a cidade: fotos de mercado, que eu adoro. A vantagem é que frutas, legumes e verduras são frescos, então o tema antigo que se renova!<br />
<a href="http://www.blogger.com/goog_1041355299"><br />
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<a href="http://www.flickr.com/photos/62098700@N03/show/">http://www.flickr.com/photos/62098700@N03/show/</a><br />
<object height="300" width="400"> <param name="flashvars" value="offsite=true&lang=pt-br&page_show_url=%2Fphotos%2F62098700%40N03%2Fshow%2F&page_show_back_url=%2Fphotos%2F62098700%40N03%2F&user_id=62098700@N03&jump_to="></param><param name="movie" value="http://www.flickr.com/apps/slideshow/show.swf?v=71649"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed type="application/x-shockwave-flash" src="http://www.flickr.com/apps/slideshow/show.swf?v=71649" allowFullScreen="true" flashvars="offsite=true&lang=pt-br&page_show_url=%2Fphotos%2F62098700%40N03%2Fshow%2F&page_show_back_url=%2Fphotos%2F62098700%40N03%2F&user_id=62098700@N03&jump_to=" width="400" height="300"></embed></object>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-76199158342782706912010-10-15T20:32:00.000-07:002010-10-15T20:32:51.434-07:00A mais minha de todas as cidades<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg84yZ47NJQTR0_NHCBvgnr7HE9ky9_RZAP3nDCSWs75E4hs7Pzu9VqXjBx0MpCWkK1szlxP3WiLCqftO46qpJrCnWmfH8e91gyXG2RWnukNvd5O1he-olExzjYht9CpsA0zVFcyqr7Yew9/s1600/viaduto.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg84yZ47NJQTR0_NHCBvgnr7HE9ky9_RZAP3nDCSWs75E4hs7Pzu9VqXjBx0MpCWkK1szlxP3WiLCqftO46qpJrCnWmfH8e91gyXG2RWnukNvd5O1he-olExzjYht9CpsA0zVFcyqr7Yew9/s320/viaduto.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-73399018288163849902010-09-27T18:49:00.000-07:002010-09-27T18:59:08.729-07:00Pra um amigo tão querido quanto sumido, desenhos em pastel<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHcXJGMNqGsPw2wwxcMFpFW8f5zyi7St08xGmG5OV1VXnNRxdvnuvmVDcLlUuz-BCjMymbdcZY2G7Tq7EPqDu3igQLZ1QdhfyESv-vh2Ote3-bcUuEegV0p1P7sz4XMfO8X0njKOqz61fx/s1600/JALAPA2.JPG"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHcXJGMNqGsPw2wwxcMFpFW8f5zyi7St08xGmG5OV1VXnNRxdvnuvmVDcLlUuz-BCjMymbdcZY2G7Tq7EPqDu3igQLZ1QdhfyESv-vh2Ote3-bcUuEegV0p1P7sz4XMfO8X0njKOqz61fx/s320/JALAPA2.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5521777885166525122" border="0" /></a><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPFlaJfja7PWmCgloV15Z85ufGUM3TKW4b5g2REZXPDL6WSsT_dDlDS3Jgb9TVkd9pS2REt8xPO6Kf9PhUQWVuluOgVC-hmd8XRPeqAubA8d0pPlOlkMDvyB20qWMH3-72hBk4jK-uuFcE/s1600/JALAPA1.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPFlaJfja7PWmCgloV15Z85ufGUM3TKW4b5g2REZXPDL6WSsT_dDlDS3Jgb9TVkd9pS2REt8xPO6Kf9PhUQWVuluOgVC-hmd8XRPeqAubA8d0pPlOlkMDvyB20qWMH3-72hBk4jK-uuFcE/s320/JALAPA1.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5521777338963812818" border="0" /></a>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-40085532062785222902010-07-26T19:19:00.000-07:002010-07-28T19:32:16.062-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgATfZhpM3hlzOZdFjkr498eQzRhaVOsJgnqv76XHBm2OYsZ1cJuRmok5DwgP0x_OtubvXPcbIf1NRXc1j3lbejVnm26dX1vZNdkr5RnQk7WmVK6T-4CMrP74a-ct7YjbRM0OutSo7a94gW/s1600/DSC01435.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgATfZhpM3hlzOZdFjkr498eQzRhaVOsJgnqv76XHBm2OYsZ1cJuRmok5DwgP0x_OtubvXPcbIf1NRXc1j3lbejVnm26dX1vZNdkr5RnQk7WmVK6T-4CMrP74a-ct7YjbRM0OutSo7a94gW/s320/DSC01435.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5498405751525033922" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Nas fotos, a delicadeza que faltou em um segundo.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-74810111181867157602008-07-18T21:13:00.000-07:002008-07-18T21:18:58.619-07:00Medellín – RioPara brasileiros – e sobretudo para os interessados no Rio, ou no que acontece por lá – me parece que ler coisas sobre Bogotá e sobre Medellín é essencial. São problemas irmãos. Gêmeos. A notícia do crime de hoje no Rio é de ação da PM na favela Minha Deusa, na zona oeste do Rio, na qual foram mortas seis (seis) pessoas – <a href="http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/07/18/materia.2008-07-18.3963992966/view">segundo a Agência Brasil</a> – ou oito (oito) – <a href="http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/07/18/ult5772u394.jhtm">segundo o Uol</a>. Não fiz a conta, mas a cada semana tem uma notícia nova no Rio. A notícia é uma, mas os mortos são sempre muitos: seis na Providência, oito no Realengo. Minha incapacidade de acompanhar tudo isso impede uma lista exata. Mas a imagem é recorrente: vejo os meninos que contam suas histórias, ora aliadas, ora rivais, em dois morros de Medellín (vou achar o nome do documentário). Contam suas histórias de vidas que se entregaram ao tráfico, sua falta de perspectiva, a espera da morte. É a mesma situação. Claro, os países são diferentes, aqui não tem guerrilha das Farc nem paramilitares.<br /><br />Importam menos as circunstâncias e mais a vida das pessoas. Não tem dúvida de que os meninos e as meninas da Favela Minha Deusa, do Morro Santa Marta, da Rocinha ou de qualquer morro do Rio passam por coisas parecidas com os dos morros de Medellín. Gravidez precoce, encantamento com o dinheiro do tráfico, status, ferimentos, a forma de ver a vida e a morte. E, afinal, são as vidas das pessoas que fazem os países. Mas nós continuamos aqui, fingindo que a situação no Rio é pontual, que isso é superável, que se resolve algum dia.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-92106836910668846142008-07-18T20:54:00.000-07:002008-07-18T20:55:53.601-07:00Dois novos pra ler um dia: do Chile e da ColômbiaPassei na Livraria Cultura hoje e vi dois livros interessantes. Podem ser novos só pra mim, vá lá, mas ainda assim deram vontade de voltar a escrever. O Fantasista, do chileno <a href="http://www.letras.s5.com/rivera010702.htm">Hernán Rivera Letelier</a> que, dizem o Google e a orelha do livro, é um dos mais lidos no país. O tema? Futebol como metáfora do universo, quem diria. Fiquei com vontade de ler. O outro é da colombiana Laura Restrepo, chama <a href="http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/misc/newsid_3533000/3533980.stm">Delírio</a> e fala da Colômbia, das maluquices em que as pessoas entram por lá - assunto pro post seguinte.<br />Ambos nasceram em 1950.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-62444257571554208562008-01-26T21:26:00.000-08:002008-01-26T21:37:18.449-08:00Peru - primeiras imagensA história dos cachorros pendurados pelos Sendero Luminoso está presente no Abril Vermelho (Santiago Roncagliolo, Alfaguara) e no Radio Cidade Perdida. Com as imagens que se repetem nos livros, começo a formar uma idéia sobre um país do qual não sei nada além de Machu Pichu, do nome da capital, da existência do Sendero Luminoso e das idas e vindas do Fujimori – e tomara que não tenha nenhum erro de geografia nesse caminho curto. Os livros me contam histórias de depois da guerrilha e do governo Fujimori, mas em todas as linhas se referem a isso. O bairro de Lima que cresceu com a saída das pessoas do campo, os apagões na cidade, os cachorros pendurados com dizeres de “Assim morrem os traidores”. Pesquisa rápida no Google me faz entender que foram pendurados em quatro povoados diferentes. O quanto essas histórias marcam a vida do país até hoje? De que forma? Será na proporção do Menem pra Argentina, ou da ditadura militar de lá, ou será como a ditadura daqui que, me parece, está viva apenas na memória das pessoas da esquerda que passaram por ela batendo de frente?<br /><br />Um dos trechos que me chamou atenção no Abril Vermelho fala disso. É uma conversa entre o personagem principal, o promotor distrital adjunto Félix Chacaltana, e Edith, sua amiga garçonete que ele mal conhece.<br /><br /><em>- Como foi que seus pais faleceram?<br />- Pelos terroristas – respondeu ela.<br />- Foi uma época horrível, não?<br />- Não quero falar disso.<br />Ninguém queria falar. Nem os militares, nem os policiais, nem os civis. Tinham sepultado a lembrança da guerra junto com os seus mortos. O promotor pensou que a memória dos anos 1980 era como a terra silenciosa dos cemitérios. A única coisa que todos compartilha, a única de que ninguém fala.<br /></em><br />Ou este, na beira de um grande buraco de corpos e ossos<br />(não quero transcrever a parte anterior, é pesada e forte) ... <em>a mente perdida em algum momento do tempo, quando tudo era ainda mais perigoso, perguntando-se quanto demoraria este tempo para se esgotar, quantos anos a memória ainda levaria para desaparecer, a dor para se extinguir, as feridas para cicatrizarem, os olhos para se fecharem<br /></em><br /><br />No Abril Vermelho, a questão dos índios está presente o tempo todo e muito claramente. È no interior do país, e lá se fala Quíchua entre os camponeses e espanhol entre as autoridades, pelo que conta o livro.<br /><br />Não sei o quanto é bom ficar transcrevendo partes dos livros, mas vão uns pedaços que mostram bem como o autor (a história) falam da distância entre o mundo que fala a língua do dominador, o mundo de Lima e o do interior do país (contraste que é ainda mais central no Radio Cidade Perdida).<br /><br />Em conversa entre o padre e o promotor distrital adjunto Félix Chacaltana, o padre pergunta<br /><em>... Já viu alguma vez as igrejas de Juni, em Puno?<br /></em>Chacaltana responde que não.<br />A resposta do padre<br /><em>- São igrejas ao ar livre, como currais. Os jesuítas construíram no período da colônia para converter aos índios, para que eles assistissem à missa, porque só adoravam o sol, o rio, as montanhas. Compreende? Não entendiam porque o culto se realizava em lugar fechado.<br />-E adiantou?<br />Oh, sim, para manter as aparências. Os índios assistiam à missa encantados e em massa... Rezavam e aprendiam cânticos, até comungavam. Mas nunca deixaram de adorar o sol o rios , as montanhas. Suas rezas em latim eram só repetições decoradas. Por dentro, continuavam adorando seus deuses e seus jazigos, as guacas. Enganaram os jesuítas.</em><br /><br />outro trecho<br /><em>Não, as festividades se superpõem. O carnaval é originalmente uma celebração pagã, a festa da colheita. E na Semana Santa também há ecos da cultura andina anterior aos espanhóis. (...) Como lhe disse outra vez, os índios são insondáveis. Por fora, cumprem os ritos que a religião lhes exige. Por dentro, só Deus sabe o que pensam</em>.<br /><br />Mais no final do livro, ele vai além e traz Tupac Amaru enterrado em pontos diferentes do império “<em>para que seu corpo nunca voltasse a se unir. Mas, segundo eles, essas partes estão crescendo até se juntar. E, quando encontrarem a cabeça, o inca se levantará de novo e o ciclo se fechará</em>”.<br /><br /> Puno, Juni, Tupac Amaru, a imagem dos camponeses andinos e até mesmo de Cuzco quase não existem na minha cabeça. A comparação pode ser rasa, mas em um outro livro, europeu, quando aparecem coisas sobre Praga, Varsóvia, Rússia, Nietzsche – pra não falar nas cidades mais óbvias e pra ser fiel ao outro livro – a impressão que eu tenho é que trago mais referencias sobre elas do que as histórias daqui de perto. È um comentário comum, mas é muito forte perceber como vão se tornando familiares lugares que são parte dos filmes que vemos, dos livros que lemos. E, ao contrário, como a ausência deles nos impede de construir imagens, expectativas, de ter vontade de visitar, de saber como vivem as pessoas por lá.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-72838048417842386362007-12-14T15:20:00.000-08:002007-12-14T15:30:40.206-08:00Os panetones. E as luzes.É isso mesmo, Pa – ne –to- ne. E vinho. E amigos com alguma coisa bonita pra comemorar. Mas as luzes, são as luzes o mais legal. Tem uma coisa que eu inevitavelmente gosto nessa época de Natal, além do panetone, que é o encanto de ver umas árvores iluminadas anunciando, do nada, que tem alguma coisa sendo aguardada. Elas ficam mas bonitas ainda neste ano que foi o ano de entender os rituais. Acho que a partir deles eu consegui dar uma ordem ao mundo, entender um tanto mais sobre como o ser humano se organiza e sobrevive – consegui achar que é o ser humano mesmo, todo mundo, que se organiza assim, ainda que as formas finais sejam diferentes. Logo eu, que pulei todos – quase todos, tem uns que não passaram ainda. Uns burrinhos nós que achamos que somos tão diferentes, modernos. Somos nada, e só olhando os outros dá pra entender como funcionamos. Bom, mas isso tudo pelo prazer de olhar pra um canto e ver uma indicação de natal, de festa, de aguardo, de passagem, de olhar pra trás pra planejar, cinco dias depois, o que pode vir à frente.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-24569990756380858122007-12-14T06:12:00.000-08:002007-12-14T06:16:14.299-08:00Tô num dia daqueles de buraco, aquele que começa no estômago, que traz aquela fome de alguma coisa que não dá pra identificar o quê Vou almoçar pra ver se resolve, mas meu palpite é que não.<br />Pode ser a chuva lá fora.<br />Ou vontade de comer panetone. Não comi nenhum esse ano ainda.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-46130876008739346752007-12-03T19:01:00.000-08:002008-12-08T16:25:13.950-08:00Mr Tambourine Man<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjniLIRG-JkGPS3Fv3kYhVaC-rS9XvN5EYj4hmBpnIDCozEBv4IJeBgVd5fAMwZvdUU3_G1po7gqQHSzV6vlcK7BqCJ4bOUYvtYjmZ3Foryt11MIu8xTtdQ1hLmhEKNVJwu0Xxl33aV7ER7/s1600-r/41ZkxLo6AoL._AA240_"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5139948241022652802" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiErVqHSn9morwAdmqVgqRrEuI7osZthBBxIpcX3gS_gbCYU_SkqVyDecQWe0c5BqZ-fWAorimR3Q3d4Igyo8x9YlbV6bMuOjudmlIpIHemEs0NnE2eWE4BNRMhXHCfaXdEqN_Tz9mqbogp/s200/41ZkxLo6AoL._AA240_" border="0" /></a><br /><div>Ainda bem que o rock and roll existe. E o cinema. E que de tempos em tempos os dois se encontram pra lembrar a gente de que a vida é incrível quando tudo tinha ficado meio igual, meio cinza, meio com cara de papel almaço usado pra rascunho.<br /><br />I´m not there é o nome do filme, e o rock and roll é aquela música feita pelo Bob Dylan, com aquela voz esquisita conversando com a gaita e com o bom e velho violão. Tudo isso lá pra me contar que a dor da vida é essa que a gente tem, que os músicos conseguem mostrar mas que todo mundo vive (é?), que de repente até dá pra usar essa mesma dor chata pra se reinventar quando o molde já não cabe mais. </div><div> </div><div></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=VyWgzUGOliw">Uma cena</a></div>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-73922510775951108712007-12-01T09:18:00.001-08:002007-12-01T09:19:50.007-08:00Cinema brasileiro de linha argentina e diretor chilenoVolto ao tema da guerra do post anterior, ainda que ainda esteja buscando um assunto pra falar de amor. “Tá tudo podre, a gente finge que é cego pra não ver”, diz León, protagonista de “Proibido proibir”, filme brasileiro de diretor chileno radicado por aqui que estreou em 2007. O filme, acho eu, passa de um jeito singelo, sem deixar de ser duro, por temas presentes em várias das produções nacionais mais polêmicas dos últimos tempos: classe média, boa vida e drogas, o encontro da zona sul carioca com o morro e a vida real, violência, morte, ação da polícia.<br /><br />Até onde vi, não foi filme de grande repercussão, apesar de tratar dos mesmos temas que outros alardeados, como o Tropa de Elite. Tá, o tamanho das produções é diferente, mas o tema é sim parecido e este aqui me pareceu bem mais filminho da linha latino-americanos recentes, sem pretensão a blockbuster, menos ambiciosos mas tratando bem temas da vida urbana cotidiana. Me lembrou muito dos argentinos dos últimos anos, daqueles que dá gosto de ver e que tratam de temas políticos sim, sem que a política e a vida real estejam separadas.<br /><br />Fui tentar conferir se a pouca repercussão do filme era desinformação minha. Descobri que o filme, feito com feito com R$ 1,1 milhão (baixo orçamento), foi bem em festivais desde 2005 (os links tão logo abaixo), passou um tempo sem distribuidor e estreou em uma sala em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília no meio de 2007. Proibido proibir inscreveu-se pra indicação brasileira pra concorrer ao Oscar e não ganhou atenção maior dos jurados, me dá vontade de saber por que.<br /><br />Um triângulo amoroso (lembrou o também recente Cidade Baixa) e perda da inocência aparecem também, levados por personagens bem construídos o suficiente para não cair na armadilha de esquematizar o mundo em questões de gente engajada/não engajada, paulista/carioca, branco/negro, vasco/flamengo. Estão lá, mas não viraram lugares comuns a ponto de incomodar. O diretor foi roteirista de “Lúcio Flávio - Passageiro da Agonia", "Pixote - A Lei do Mais Forte".<br /><br />A cena do cemitério, no meio de outras, me lembrou cena do “<a href="http://www.mangafilms.es/rosariotijeras/">Rosário Tijeras</a>”colombiano sobre mulher chefona do submundo de Medellín, também filme sobre a vida contemporânea, o envolvimento entre o mundo e o submundo. Acho que este nunca estreou no Brasil, passou por aqui em festivais. O filme é baseado no livro de Jorge Franco Ramos, colombiano.<br /><br /><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u336310.shtml">"Proibido Proibir" vence Festival de Cinema de Bogotá</a>, (EFE, 12/10/2007)<br /><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u53646.shtml">Filme de Jorge Duran vence prêmio no Festival de San Sebastián (EFE 22/09/2005)</a><br /><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u64803.shtml">Brasileiro "Proibido proibir" ganha prêmio no festival de cinema de Biarritz (Folha, 02/10/2006)</a><br /><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u65618.shtml">Filmes brasileiros agradam em festivais, mas podem nunca estrear (Folha, 31/10/2006 - 09h31)</a><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u66185.shtml">"Proibido proibir" ganha Festival de Viña del Mar (Folha, 20/11/2006)</a>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-3599532805991308762007-11-29T18:43:00.000-08:002007-12-01T09:20:34.213-08:00América Latina - Terra de guerras?Há um tempo guardei uma página de jornal com nomes de novos escritores latino-americanos de língua espanhola. Foi logo depois de ler uma matéria que dizia que ia falar das novidades e citava Onetti e Juan Rulfo, que são geniais mas de novos não têm nada, nada.<br /><br />Finalmente fui à livraria. Sem planejar, foi em um dia em que o jornal estava cheio de notícias sobre países da América Latina. A Bolívia com a Assembléia Constituinte que não termina, com 4 mortes e uma porção de feridos nos protestos em Sucre. A cidade branca coberta de fuligem negra, as decisões a portas fechadas em La Paz . As mobilizações acalmam de um dia pra outro, mas uma brasileira que falou ao O Globo definiu de um jeito interessante: “È uma calma tensa”, ela disse. A Venezuela, às vésperas de mais um referendo sobre reformas constitucionais, também ganhou espaço pelos protestos e pelo rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia, que também não costuma trazer notícias das mais tranqüilas. Tinha me chamado a atenção, também no O Globo, um dado sobre como a TV estatal só dá espaço pra matérias pró-mudanças, seguido pelo dado que mostra que, com pequena diferença, a TV privada faz o mesmo, anti-mudanças.<br /><br />No fim de um dia de notícias como essas, os primeiros livros que encontrei na livraria foram belas reedições de livros lindos – Rayuela e uma edição comemorativa de Cem anos de solidão. Ambos em espanhol logo na entrada, pareceram um bom sinal.<br /><br />Lista dos novos em punho, fui achando os livros, todos traduzidos para o português. Os <a href="http://www.casadapalavra.com.br/produto.php?idLivro=335">Pichicegos, de Rodolfo Fogwill</a>, argentino, ambientado na guerra das Malvinas. Rádio <a href="http://www.submarino.com.br/books_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=1&ProdId=21192086&franq=134562">Cidade Perdida, </a>de Daniel Alarcon, peruano, favela na capa vermelha, povo que é executado e fuzila na epígrafe. Rádio, índios, desaparecidos vêm logo depois. De Santiago Roncagliolo, também peruano, tinha o <a href="http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/?q=node/1374">Abril Vermelho</a>, outra capa vermelha, outro livro com morte na primeira página, romance policial com Sendero Luminoso no caminho. E, do mexicano David Toscana, <a href="http://www.casadapalavra.com.br/produto.php?idLivro=334">O Exército Iluminado</a>, tratando de algo que, segundo a orelha, tem a ver com paz e guerra. Opa, a guerra ali, em todos. Em cada um. Não estou dizendo que Venezuela ou Bolívia estão em guerra, , nem que o que acontece lá se resume aos acontecimentos recentes. Talvez pudesse falar em guerra na Colômbia, mas nem é este o ponto. A questão aqui é que, pelo menos nessa primeira incursão, encontrei livros com temas de alguma forma parecidos: assuntos urbanos, violência, mortes, história recente dos países presente na ficção.<br /><br />Confesso que eu perguntei pra moça da livraria se tinha alguma coisa mais leve. Ela riu e disse que não. Trouxe outras sugestões, mas de autores espanhóis. Rejeitei a Europa, fiquei com o critério da América que fala espanhol. Pra não comprar todos de uma vez, optei pelo Abril Vermelho e pelo Rádio Cidade Perdida. O critério, para estes, foi o de serem autores bem jovens: Alarcón está perto dos 30 e Toncagliolo nasceu em 1975.<br /><br />Admiti que os livros que comprei pras férias – faltam 22 dias na contagem regressiva necessária – não vão ser lá os mais leves da história. A pesquisa, é verdade, é bem inicial, e com mais livros posso concluir que esta não é a única linha. Vou procurar mais.<br /><br />Voltei pra casa ouvindo <a href="http://www.biscoitofino.com.br/bf/art_cada.php?id=86">um sambinha sobre paixões e melancolia pra compensar</a>. Fechei o vidro quando o menino se aproximou no sinal, e por um segundo pensei que se nós brasileiros continuamos tão distantes dos paises vizinhos talvez seja por medo de nos vermos neles. Afinal, cidade perdida podia ser o Rio, podia ser São Paulo, e rádio – ou comunicação em geral – também são problemas bem comuns por aqui.<br /><br />No caminho de volta lembrei do blog e resolvi que vou atualizá-lo falando sobre os livros e sobre o que der vontade de escrever quando os estiver lendo.<br /><br />Vamos ver quanto tempo dura esta decisão.<br /><br />Pra ser sincera, no primeiro parágrafo do primeiro post, tinha escrito que ia falar sobre “literatura latino-americana”. Mas aí lembrei que aqui também é América latina e depois de um tanto pensar coloquei o “língua espanhola”. Bonito da minha parte.Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-62217247939904921152007-04-24T20:07:00.000-07:002008-12-08T16:25:14.180-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN5uIX390xh0koFaVjyzMg-qBwgxBqzQf5-nMg2YxCCgi7VAjDuMp5nzf2r_QcqF0SwvBNXrQ-Gb5bH1DLqJqCBLI8o3dCTpZ04FMhRrEOn5uKIZxocyvx_BVP3xfTbAdKqXb_9S8nLuSE/s1600-h/parejaroja.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5057197905893451986" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN5uIX390xh0koFaVjyzMg-qBwgxBqzQf5-nMg2YxCCgi7VAjDuMp5nzf2r_QcqF0SwvBNXrQ-Gb5bH1DLqJqCBLI8o3dCTpZ04FMhRrEOn5uKIZxocyvx_BVP3xfTbAdKqXb_9S8nLuSE/s400/parejaroja.jpg" border="0" /></a><br /><div>A graça daqui é que as pessoas andam na rua. E se olham na rua. E tomam cafés olhando para a rua. </div>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-36516843279638007332007-04-03T17:40:00.000-07:002008-12-08T16:25:14.257-08:00Minha primeira cidade<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8TBP3FfqGL8PR4eEmIV2Lu2ofWjaOGtS4VMdeB1uVUKRjr9iGmrPqp1zXm84XlPgeW_CiKgKnpmzmWxgYGiPldZyyHjzt6bxQJuB5jhOqVnTT3LN7LG6zRNJpDAYcSNyHmWOjo5JkaahD/s1600-h/000014.JPG"></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA3HilCW27mNbNfwrFKTQP3VUWo8KGEShKzWGPkgCxAbx8J1mB5etA9_i-4nDG0Hl-kjU6Xa7aHIwrKJrnlSX3g82haW-wYrxRu4jjYBiprIVMQeuWnqutbWmd95Hvsx1RdYcQKQwITTys/s1600-h/000016.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5049369455784583842" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA3HilCW27mNbNfwrFKTQP3VUWo8KGEShKzWGPkgCxAbx8J1mB5etA9_i-4nDG0Hl-kjU6Xa7aHIwrKJrnlSX3g82haW-wYrxRu4jjYBiprIVMQeuWnqutbWmd95Hvsx1RdYcQKQwITTys/s400/000016.JPG" border="0" /></a><br /><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Sexta-feira, lá pelas seis da tarde. Lembrei do que me encanta na minha cidade. Da aldeia dos invisíveis Guarani, tomei o trem para a Barra Funda. Ia descendo, quando uma mulher perguntou a-sei-lá-quem: a-próxima-é-a-Luz,-né? É. Entrei de novo no trem para poder descer na Luz. Só porque lá a estação é bonita. E o caminho: o vagão grafitado, vivo e sem vidros, que já foi obra de arte. O carro alegórico da escola de samba, verde, sob a ponte, a aguardando o carnaval. A fábrica que guarda, nas paredes que já não são brancas, a história dos seus empregados. As casas dos empregados, que devem guardar, nas paredes coloridas, as horas de descanso.</div><br />A estação está cheia o suficiente para eu achar que as pessoas que descem do trem talvez não tenham tempo para olhar as estruturas de ferro. Mas esta é a graça da cidade. As coisas estão ali, mesmo quando parecem invisíveis.</div><div></div><div></div>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6296329655956984205.post-86823095291817015062007-03-27T05:03:00.000-07:002007-04-03T17:58:29.877-07:00A primeira cidade invisível<div align="justify">Inutilmente, magnânimo Kublai, tentarei descrever a cidade de Zaira dos altos bastiões. Poderia falar de quantos degraus são feitas as ruas em forma de escada, da circunferência dos arcos dos pórticos, de quais lâminas de zinco são recobertos os tetos; mas sei que seria o mesmo que não dizer nada. A cidade não é feita disso, mas de relações entre a medida do seu espaço e os acontecimentos do passado... a cidade se embebe como uma esponja dessa onda que reflui das recordações e se dilata. Uma descrição de Zaira como é atualmente deveria conter todo o passado de Zaira. <span style="color:#000000;">Mas a cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas, nas antenas dos pára-raios, nos mastros das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras.<br /></span></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;"><em>Ítalo Calvino. As cidades invisíveis</em></div></span><span style="color:#000000;"><span style="font-family:arial;"></span></span>Priscila D. Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/03890027797638027329noreply@blogger.com0