sexta-feira, 18 de julho de 2008

Medellín – Rio

Para brasileiros – e sobretudo para os interessados no Rio, ou no que acontece por lá – me parece que ler coisas sobre Bogotá e sobre Medellín é essencial. São problemas irmãos. Gêmeos. A notícia do crime de hoje no Rio é de ação da PM na favela Minha Deusa, na zona oeste do Rio, na qual foram mortas seis (seis) pessoas – segundo a Agência Brasil – ou oito (oito) – segundo o Uol. Não fiz a conta, mas a cada semana tem uma notícia nova no Rio. A notícia é uma, mas os mortos são sempre muitos: seis na Providência, oito no Realengo. Minha incapacidade de acompanhar tudo isso impede uma lista exata. Mas a imagem é recorrente: vejo os meninos que contam suas histórias, ora aliadas, ora rivais, em dois morros de Medellín (vou achar o nome do documentário). Contam suas histórias de vidas que se entregaram ao tráfico, sua falta de perspectiva, a espera da morte. É a mesma situação. Claro, os países são diferentes, aqui não tem guerrilha das Farc nem paramilitares.

Importam menos as circunstâncias e mais a vida das pessoas. Não tem dúvida de que os meninos e as meninas da Favela Minha Deusa, do Morro Santa Marta, da Rocinha ou de qualquer morro do Rio passam por coisas parecidas com os dos morros de Medellín. Gravidez precoce, encantamento com o dinheiro do tráfico, status, ferimentos, a forma de ver a vida e a morte. E, afinal, são as vidas das pessoas que fazem os países. Mas nós continuamos aqui, fingindo que a situação no Rio é pontual, que isso é superável, que se resolve algum dia.

4 comentários:

P a t r i c i a disse...

Pri! Você voltou a escrever!!!
E-ba!
Pat

Priscila D. Carvalho disse...

pat, só você me lê!!!!

me escreve um email contando suas notícias????

Priscila D. Carvalho disse...

pat, só você me lê!!!!

me escreve um email contando suas notícias????

P a t r i c i a disse...

Assim que eu tiver notícias de mim mesma eu te conto, Pri!!!
Combinado?!